domingo, 22 de novembro de 2020

Delírio

É complicado ficar longe de você. Não se passou nem uma semana e já dói como se tivesse passado um ano. As lembranças que ficaram parecem distantes e inevitavelmente serão esquecidas ao longo do tempo, como um delírio em uma noite febril.

Você se ocupa com as suas coisas e eu com as minhas, como se não houvessem as nossas. Eu finjo que está tudo bem, como se não doesse todas as vezes que eu lembro de você. Eu coloco um sorriso no rosto e tento seguir com a vida, como se a minha vida não fosse melhor ao seu lado. 

Mas eu paro no meio de um dia atarefado, e choro. Choro porque nunca senti tanta falta de um peito como travesseiro, de um calor corporal como cobertor. Choro porque não lembrava que teus toques fazem tanta diferença, que teu chamego é a coisa mais gostosa de se receber ao dormir e ao acordar. Choro porque eu sei que por mais algum tempo será eu aqui, sozinha. 

As lembranças são um passado distante, tão distante que já nem lembro mais como é o seu cheiro. Eu lembro da sensação que ele me traz: carinho, conforto, abrigo. Mas não lembro como ele é de verdade.  

Só sei que todo o tempo que passamos juntos não foi um delírio graças a tecnologia que me proporcionou registrar esses momentos. As vezes eu não sei se ela ajuda ou atrapalha, porque eu olho aquelas fotos e filmagens e tenho vontade de voltar para aquele tempo. Eu tenho vontade de largar tudo aqui e te encontrar do outro lado do país, porque nada faz sentido sem você. Me diz, qual a graça de viver tudo isso sem você ao meu lado?

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